29/06/2020 – Segunda Feira – das 18h às 19h30 na sua Casa
Com Claudio Willer (escritor e tradutor) e João Andreazzi (diretor artístico e coreógrafo).
O texto “Os dias e as noites e Gestas e opiniões do doutor Faustroll, patafísico” Uma Novela Neo-Cientifica, de Alfred Jarry , que escreveu seus primeiros fragmentos em maio de 1895, no Mercure de France, recentemente traduzido para o português por Eclair Filho, que por indicação de Claudio Willer, convidou em 2014 a Corpos Nômades a fazer uma montagem inspirada nessa novela.
Embora mais conhecido como o criador da peça Ubu Rei, Alfred Jarry é um autor extremamente complexo. Ubu Rei um fragmento de uma obra colossal: são 4.500 páginas, em três volumes da coleção Pléiade. Inclui narrativas como Le sûrmale (O supermacho), Os dias e as noites e Gestas e opiniões do doutor Faustroll, patafísico. Nesta, apresenta os fundamentos da Patafísica, “ciência das soluções imaginárias”, dedicada ao estudo do particular e dos epifenômenos.
Fascinado pela ciência, assim como por hermetismo e ocultismo, antecipou as representações do Universo e do mundo sub-atômico concebidas por Einstein, Max Plank e Heisenberg. Chegou a transpor noções de física atômica e eletromagnetismo para a linguagem: palavras seriam objetos com propriedades eletromagnéticas, atraídas ou repelidas.
Antecipou a noção futurista de “palavras em liberdade” (Marinetti o traduziria para o italiano, já em 1909), bem como a concepção surrealista expressa no título da primeira obra de escrita automática, Les champs magnètiques, Os campos magnéticos, de 1919. Personagem de si mesmo, levou, como observa o ensaísta Roger Shattuck, a fusão de poesia e vida até o limite da autodestruição.
“Este projeto foi realizado com o apoio do Programa Municipal de Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo – Secretaria Municipal de Cultura”.
Data: 29/06/2020 segunda das 18h às 19h30.
Público Alvo: escritores, poetas, artistas das artes cênicas, estudantes e as pessoas interessadas no tema.
Local: na sua casa, plataforma da Oficina Cultural Oswald de Andrade (Poiesis).
Vagas: limitada à capacidade da plataforma digital, junto ao Google Meet.
Faixa Etária: acima de 18 anos.
Claudio Willer é poeta, ensaísta e tradutor com vários livros publicados –poesia, ensaios, narrativa em prosa e traduções – além de participações em antologias e periódicos, no Brasil e no exterior. Doutor em Letras pela USP com a tese Um Obscuro Encanto: Gnose, gnosticismo e a poesia moderna (em livro: Civilização Brasileira, 2010). Pós-doutorado na USP com o tema “Religiões Estranhas”, Misticismo e Poesia. Coordenou dezenas de oficinas de criação e rodas de leitura (para escritores, agentes culturais, professores e estudantes), além de haver ministrado cursos, conferências e ciclos de palestras em instituições como a USP (curso de Letras), UFSCar (São Carlos – curso de Letras), Biblioteca Alceu Amoroso Lima (Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo), Instituto Moreira Salles, Escola Livre de Literatura da Secretaria em Santo André, Secretaria Municipal de Cultura, Lazer e Criança de Barueri, Clube Paulistano, Museu da Língua Portuguesa. Na Cia. Corpos Nômades foi assessor poético e dramatúrgico em vários espetáculos, tais como: “Hotel Lautréamont”, “ Na Infinita Solidão Dessa Hora e Desse Lugar” e no “O Eterno Voo de Dr. Faustroll na Clareza Obscura do Ar”.
João Andreazzi (O ano de 2019 marcou os 30 anos como Coreógrafo de Andreazzi) – Uma carreira dedicada à pesquisa da linguagem e dos sentidos do corpo. O paulistano João Andreazzi iniciou seu trabalho como ator, performer, bailarino e coreógrafo na década de 80. Em 1990, passou a pesquisar o corpo e a dedicar-se ao ensino da Dança. Coreografou nos anos 90 os espetáculos “Película da Retina”, “Dark Lady”, “Aventurança”, “Yorick “ e “As Últimas Tentações de Santo Antão”. No período de 1996 a 1998 o coreógrafo viveu na Holanda, como bolsista do Ministério da Educação na School for New Dance and Development em Amsterdã, onde criou três coreografias: “Under One’s Very Eyes”, “Password:003” e “Shoot in the Hood” para o Teatro Melkweg, sendo uma delas selecionada para o Nederlands Dans Dag de 1998. Ao regressar da Holanda, em 1999, desenvolveu o projeto “Things – m@loc@/F@vel@ – as Coisas” envolvendo a cultura do Hip-Hop, do samba e dos índios guaranis. Esse contato inicial resultou o projeto “corpos nômades”. Ao término do processo surgiu a Cia. Corpos Nômades com o espetáculo OOZE/EZOO (2000) que, inspirado em poemas de Samuel Beckett, fundiu a dança contemporânea com elementos de hip-hop e vídeo-arte. Como coreógrafo e bailarino João Andreazzi ganhou diversos prêmios (APCAs – 2000, 2005 e 2010, indicação Mambembe-1995, Flávio Rangel-1994, Bolsa Philip Morris 1998 – Amsterdam, Prêmio Braços e Pernas pela Cidade de São Paulo – 2004, Bolsa da CAPES- 1996, Bolsa Vitae para o American Dance Festival-1996, etc.). Como professor de dança contemporânea (criação, improvisação e técnica) vem ensinando desde 1990, em diversos locais.