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O Especulador de Olhos Invisíveis de Carne

 

O Especulador de Olhos Invisíveis de Carne – Trabalha com a sessão de sufocamento das grandes cidades,  pela especulação imobiliária e pela má utilização/distribuição do solo. O texto “O Despovoador” de Samuel Beckett (escrito no final da década de sessenta) serve como uma importante inspiração/provocação para a criação e alinhava às  outras fundamentais fontes inspiratórias: os locais visitados em 1999 e revisitados em 2014 e 2015, pela Cia. Corpos Nômades, na região centro norte  da cidade a extinta Favela do Gato, nas aldeias dos índios Guaranis na região noroeste (Pico do Jaraguá) e na Zona Sul (Krukutu e Tenondé-porã).   Estes alinhavos feitos com diferentes texturas e sensações somados aos pensamentos de Deleuze e Guattari sobre o Capitalismo  e Esquizofrenia deram de forma estranha e inquietante os tons finais da dramaturgia às coreografias, brotando desta junção as ditas “coreodramaturgrafias*” (*termo para designar as junções: movimentos vocais e corporais, textos, projeções, trilha sonora, elementos cênicos  com as coreografias).

Esta obra da companhia dirigida pelo coreógrafo e bailarino João Andreazzi resgata o princípio da ideia do “corpo nômade”, inquietação artística de Andreazzi, dando sequência a uma pesquisa iniciada há 16 anos, cujo o lugar/foco foi a extinta  favela do Gato (hoje conjunto habitacional do Parque do Gato)  e a Cultura Guarani  (Aldeias: Krukutu e do Jaraguá). Lugares que foram revisitados em 2014 e 2015 com o intuito de observar as modificações ocorridas  nesses locais.

 

Link do vídeo O Especulador de Olhos Invisíveis:

 

 

Trecho de Textos  traduzidos para o Guarani de Samuel Beckett

O CAMINHO (Tradução por Francisca Guarani e Marcos Tupã)

O caminho serpenteava do sapé ao topo e ali adiante para baixo noutro caminho.

Tape ojeapa apa yvy’ã kupere yvate peve a’eva’e rovai re amboae yvy rami.

Adiante para baixo. Os caminhos se cruzavam a meio caminho mais e menos.

Ovaive’i yvy rami. Tapekuery nhovaexim tape ku’a rexei katy rai’i.

Um pouco mais e menos que a meio caminho para cima e para baixo.

Etave’i a’e embovy ve’itape ku’a yvate rami há’e yvy rami.

Os caminhos eram de mão única.

Tape kery ma oa rive.

Nada de regressar o caminho para cima de volta para baixo.

Ojevya e’ỹ tape yvate rami ojevy a ma yvy rami.

Nem no todo do topo ou sopé nem em parte deste caminho.

Ijapytere yvy’ã kupe re kova’e tapere’ỹ

Algumas fotos de Algumas Ações do Projeto (Fotografa Manoela Cardoso).

Acampamento da Cia. Corpos Nômades na Aldeia Krukutu e Guarapaju.