Nova oficina de Surrealismo, em Outubro/2018 no Espaço Cênico O LUGAR.
Imagens Max Ernst
OFICINA: SURREALISMO, AS PORTAS DO MARAVILHOSO com Claudio Willer
Dias 01, 08, 15, 22 de outubro de 2018. Segundas das 19h30 às 21h30 Número de Vagas: 30 Público Alvo: Pessoas com interesse em literatura e criação artística em geral. Valor por aula de R$30,00 (pagos no dia de cada aula). Inscrições até 28/09/2018 através do e-mail ciacorposnomades@gmail.com – anexar uma carta sucinta de interesse e escrever no assunto Oficina com Claudio Willer. Na sede da Cia. Corpos Nômades – Espaço Cênico O LUGAR Rua Augusta, 325 – São Paulo – SP .
O surrealismo não será abordado exclusivamente como capítulo de literaturas nacionais e da história da literatura, mas como poética e visão de mundo. Como observou Octavio Paz em O Arco e a Lira, se “o surrealismo não é uma poesia, mas uma poética”, é “mais ainda, e, sobretudo, uma visão de mundo”. E, de modo mais enfático: “o surrealismo é um movimento de liberação total, não uma escola poética”. Também Julio Cortázar advertira contra enquadrar surrealismo em uma classificação periódica de escolas e movimentos literários: “Higiene prévia a toda redução classificatória: o surrealismo não é um novo movimento que sucede a tantos outros. Assimilá-lo a uma atitude e filiação literárias (melhor ainda, poéticas) seria cair na armadilha em que malogra boa parte da crítica contemporânea do surrealismo.”
Pretende-se não apenas ampliar o conhecimento da literatura propriamente surrealista, ou com vínculos como esse movimento, porém estimular a reflexão, a capacidade de leitura e interpretação de obras. E avançar na discussão das relações entre poesia, mito, magia, misticismo e hermetismo, mostrando como o surrealismo, sendo inovador, ao mesmo tempo retoma e até recupera uma tradição e modos arcaicos de pensar e ver o mundo.
Colagem Jorge de Lima
Um pouco do conteúdo destes encontros:
I- Antecedentes históricos: a rebelião romântica, poesia e filosofia; temas românticos em Breton e outros surrealistas;
II- A imagem poética no surrealismo e seus precursores; a poética de Baudelaire; Rimbaud e Lautréamont; simbolistas; Reverdy e Apollinaire;
III- A imagem surrealista e o pensamento analógico; sua fundamentação esotérica: analogia, imagem poética e o pensamento arcaico; surrealismo, ocultismo, hermetismo, filosofias e misticismos platônicos;
IV- Escrita automática, inspiração e criação espontânea: a poética visionária;
V- A relação surrealismo-psicanálise: controvérsias relativas ao inconsciente na criação;
VI- O maravilhoso surreal; o “acaso objetivo”; cidades como espaço mágico; da “flânerie” baudelairiana à disponibilidade bretoniana;
VII- A ruptura dos gêneros e o diálogo entre modos de criação; a contribuição surrealista às demais modalidades: artes visuais, inclusive fotografia e colagem; cinema;
VIII- Surrealismo em outras literaturas, além daquela de língua francesa: América Latina e literaturas de língua espanhola; o surrealismo português, de Mário Cesariny até hoje;
IX- Surrealismo no Brasil, de Murilo Mendes e Jorge de Lima até Roberto Piva e autores mais recentes;
X- As relações entre poesia e política e entre arte e vida;
XI- Como seria uma crítica a partir do surrealismo?
XII- Alcance e importância do surrealismo, hoje.
Bellmer